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Onde mora o meu coração



Onde mora o meu coração: Bem-vinda Tragédia!

Não percebo porque me encaixo tão bem no papel de heroína de uma tragédia, mas em vez de protagonizar uma peça, ou filme, como hoje se adapta, sinto que protagonizo o teatro ou a sétima arte completa nesta categoria. O meu final catártico parece não ter fim, aliás, corrijo, parece fazer parte do começo ,meio e fim visto repetir-se  vezes sem conta. Pareço um rato de laboratório que corre, corre e nunca sai do mesmo sitio. A tragédia, ou talvez a comédia, da minha vida é essa roda estúpida e sem propósito.

Recorro à medicina, ao método psicoterapêutipo e invento a musicoterapia, cinematerapia, dançaterapia, copoterapia, cometerapia, nada! Esqueçam! Não que seja infeliz comigo, não é isso, só nunca irei encaixar no protótipo comum dos seres sociais e relacionais que aí andam. Sim, sou especial! Os convencionalismos e formalidades, os falsos moralismos e formalidades da treta não se me aplicam.  Sou educada, como a minha mãe me ensinou, mas ela nunca me ensinou a fazer vénias  perante pessoas ou situações que não merecem o movimento de 90 graus da bela curvatura das minhas costas ou o mero inclinar do meu queixo a um ângulo inferior ao desejado.
Não sou dotada de arrogância nem demasiado humilde, mas dotada de loucura suficiente para mandar à merda quem merece e perceber o que os doidos dizem.

Tudo o que absorvo do mundo torno meu. Agradeço o contributo que dele vem, mas dos meus ouvidos, olhos e dedos para dentro a área é interdita a intervenções alheias. Tudo o que aqui entra modifica-se sem ninguém à volta perceber. Não tentem! É um processo de metamorfose que eu própria não tenho controlo sobre,  que toma formas insólitas e, mais uma vez, se repete vezes sem conta criando este novelo de eventos trágicos.

O é engraçado é que exactamente quando creio ter o toque de Midas vem alguém dizer que tenho dedo podre. Coincidência? Vivo assim num estado tão ilusório dentro desta pessoa  grande que cria mundos e estradas de gente e relações e sentimentos  não sincronizados, electrizantes ao ponto de fazer curto circuito e provocarem estes apagões? Sim apagões, borrões, todo os vazios, obscuros que foram, primeiro, abraçados, depois, rasgados, rasurados e considerados imprórios, rechaçados  e largados como negras na alma.

Serei sempre  esta trágica Julieta sim..  sem a morte final, mas com pequenos AVCs constantes e com esta bagagem da qual nunca me livrarei jamais,  está comigo para sempre, minha companheira, minha seguidora, minha melga, minha lapa!

Se é isto que sou, e disto não me livro, que seja.  Abro a porta e abraço este tipo de drama grego que é a minha vida e faço dele a melhor e mais completa obra, celebro-o como um festival maior que as Dionísias, canto-o com a tristeza e alma maior que o Fado e no final ainda me escrevo uma nota satírica, ao belo estilo sarcástico e grotesco, porque melhor que saber ser trágica, só mesmo saber ser ridícula!

Ana Cristina Leitão

Comentários

  1. Sê igual a ti própria: não há melhor filtro separador de trigo e joio.

    ResponderEliminar
  2. Os blogues deviam ser como o Facebook e ter um botão para simplesmente se dizer "Gosto"!
    Nada mais a acrescentar se não isso.
    Parabéns!

    ResponderEliminar

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